Remetendo ao facto
da tecnologia/técnica e arte serem elementos indistinguíveis na cultura
clássica grega, Arlindo Machado conduz a sua obra “Máquina e Imaginário” no
sentido de aprofundar a relação entre estes dois polos e um terceiro: os
interesses económicos que regem a sociedade e o mundo tecnocrata em que nos
inserimos.
A “Máquina e
Imaginário” arranca com a descrição de três atitudes exemplificativas da arte
em relação à tecnologia, mas que dificilmente partilham a mesma base comum: as
estéticas informacionais, o vídeo como forma de expressão artística (video art) e a conspiração contra a
máquina. Consideremos então apenas o primeiro ponto.
As estéticas
informacionais consistem no exemplo de uma rendição da arte à tecnologia. Pelo
simples facto de se verificar uma constante convergência da arte e informação
na cibernética, para Abraham Moles (1969) e Max Bense (1977), a quantificação
do nível estético e de originalidade de uma obra de arte teria de ser passível
de ser identificada por via de um processos matemáticos de caráter discreto,
científico e objetivo, auxiliado eletronicamente.
Esta tendência inclinou-se para o pressuposto de que uma vez
que a arte era passível de ser realizada com base em sistemas computacionais de
forma sem precedentes, também deveria ser possível ilibar a crítica artística
de fatores como emoção, expressão e inspiração; a favor de um método mais direto
e frio.
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